Gylmar dos Santos Neves, o lendário Gilmar, foi um ícone brasileiro sob as traves, defendendo com maestria o gol de Corinthians e Santos. Herói nacional em três Copas do Mundo, sua habilidade incomparável o consagrou como o melhor goleiro brasileiro do século XX e um dos gigantes mundiais pela IFFHS.

No mundo do futebol, poucos nomes marcaram tanto uma geração quanto o de Gilmar dos Santos Neves. Nascido em 22 de agosto de 1930, na cidade de Santos, Gilmar não só se destacou como um dos maiores goleiros do Brasil, mas também influenciou toda uma geração de guarda-redes em todo o mundo. Hoje, vamos mergulhar na vida e na carreira desse ícone do esporte, que deixou um legado imensurável no Corinthians, no Santos de Pelé e na seleção brasileira.

A Jornada no Corinthians

Gilmar ingressou no Corinthians como parte de uma troca envolvendo o meio-campista Ciciá com o Jabaquara. Inicialmente, sua chegada ao clube não foi bem recebida, já que havia sido o goleiro mais vazado do campeonato de 1950. Foi também no Jabaquara que Gilmar ganhou o apelido carinhoso de “Girafa”, devido à sua estatura imponente e magreza. Este apelido o acompanhou ao longo de sua carreira, tornando-se uma marca registrada de seu estilo único e eficaz de jogo.

Seus primeiros dias no Timão foram desafiadores, chegando a ser apontado como o culpado pela derrota por 7 a 3 contra a Portuguesa. Entretanto, em poucos meses, Gilmar se reergueu na meta alvinegra e rapidamente se estabeleceu como um dos maiores goleiros da história do futebol mundial. Suas defesas impressionantes e liderança em campo foram cruciais para as conquistas do Corinthians.

Em quatro anos, o icônico goleiro do Timão conquistou cinco títulos, incluindo três Campeonatos Paulistas e dois Torneios Rio-São Paulo. Os torcedores do Corinthians o homenagearam com a faixa “Supremo guardião do campeão do centenário”, em referência ao título do IV centenário em 1954.

Com 395 jogos e uma atuação lendária no IV Centenário, Gilmar se destacou pela segurança e elasticidade, antes de se juntar ao Santos aos 31 anos.

O Sucesso no Santos FC

Em 1961, aos 31 anos, Gilmar deixou o Corinthians após desentendimentos com o presidente Wadih Helu e transferiu-se para o Santos FC. Sua estreia nos gramados santistas ocorreu em 7 de janeiro de 1962, em um jogo histórico contra o Barcelona de Guayaquil, no Equador. Ele logo se estabeleceu como o melhor goleiro que o Santos já teve em sua história, onde também o chamavam carinhosamente de “Girafa”.

Durante sua passagem pelo Peixe, Gilmar disputou 331 partidas, tornando-se o 4º goleiro com mais jogos pelo clube. Foi uma era de ouro para o Santos, e Gilmar foi peça-chave em conquistas memoráveis, incluindo o bicampeonato mundial em 1962 e 1963, Campeão da Libertadores de 1963, 5 x Campeão Brasileiro (62/63/64/65/68), 3x Campeão do Torneio Rio-São Paulo (63/64/66), 5x Campeão Paulista (62/64/65/67/68) e Campeão da Recopa Mundial (1968).

O Legado na Seleção Brasileira

A trajetória de Gilmar também brilhou na Seleção Brasileira, onde estreou em 1º de março de 1953, em uma vitória por 8 a 1 sobre a Bolívia. Sua habilidade como goleiro foi crucial para as conquistas do Brasil nas Copas do Mundo de 1958, na Suécia, e 1962, no Chile. Gilmar foi um dos principais responsáveis por trazer para casa o título mundial nessas duas ocasiões.

Sua última partida pela Seleção foi em 12 de junho de 1969, em uma vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, no Maracanã. Ao todo, Gilmar vestiu a camisa verde e amarela em 38 jogos, sempre deixando sua marca com defesas espetaculares.

Infelizmente, como tudo na vida, a carreira de Gilmar teve seu fim. Em 1966, já sentindo os efeitos da idade e lutando contra dores no joelho, ele foi titular da seleção brasileira na Copa do Mundo na Inglaterra. No entanto, suas atuações foram limitadas, participando apenas das duas primeiras partidas.

Com uma vitória sobre a Bulgária e uma derrota para a Hungria, Gilmar viu do banco de reservas o Brasil se despedir da competição após uma derrota para Portugal, liderada por Eusébio. Foi um momento marcante e ao mesmo tempo triste para um ícone do futebol brasileiro.

Gilmar, A Girafa Imortal

Hoje, quando olhamos para trás, lembramos não apenas de um goleiro excepcional, mas de um verdadeiro ícone do esporte brasileiro. Gilmar dos Santos Neves, o “Girafa”, permanece como um símbolo de excelência e perseverança, provando que, com talento e determinação, é possível alcançar o topo do mundo, não apenas uma vez, mas várias vezes.

Seu legado ecoa nos gramados até os dias atuais, lembrando a todos que o futebol não é apenas um jogo, mas sim uma paixão que transcende gerações. Gilmar dos Santos Neves, um nome que sempre será lembrado com respeito e admiração por todos os amantes do esporte mais popular do planeta.

Gilmar não foi apenas um goleiro excepcional; ele foi um símbolo de excelência, dedicação e paixão pelo futebol. Sua trajetória está entrelaçada com momentos históricos do Corinthians e do Santos FC, além das gloriosas conquistas da Seleção Brasileira.

Mesmo após sua morte em 25 de agosto de 2013, o legado de Gilmar continua vivo, inspirando jogadores e fãs ao redor do mundo. Seu nome permanece gravado como um dos maiores goleiros que já pisaram nos gramados, um verdadeiro guardião dos feitos históricos no futebol. Este artigo é apenas mais uma (pequena) homenagem ao “Supremo Guardião”.

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