Em outubro de 2023, o Corinthians venceu o Palmeiras por 1 a 0 em Cali, Colômbia, e se tornou o maior campeão da história do torneio, com quatro títulos. Millene marcou o gol decisivo e Lelê brilhou no gol, selando a vitória sob o lema "A glória é delas".

Cali, Colômbia. No dia 21 de outubro de 2023, o Estádio Pascual Guerrero foi palco de mais um capítulo glorioso para o futebol feminino sul-americano. Sob o lema inspirador “A glória é delas”, o Corinthians superou o Palmeiras por 1 a 0 na grande final da Libertadores Feminina, erguendo o troféu pela quarta vez e se consolidando como o maior campeão da história da competição.

O gol decisivo foi marcado por Millene, que cravou seu nome na história do Timão. Com personalidade e faro de artilheira, a atacante sacramentou o triunfo corintiano, reafirmando a hegemonia brasileira no torneio e celebrando a crescente relevância do futebol feminino na América do Sul.

Uma Libertadores marcada pela emoção

Organizada pela CONMEBOL, a Libertadores Feminina 2023 reuniu 16 equipes em Bogotá e Cali, movimentando o continente em um mês de disputas intensas. Desde a sua criação, em 2009, a competição se consolidou como o principal palco para os clubes femininos da América Latina, e o Brasil já acumulava 11 títulos em 14 edições antes mesmo deste ano.

A edição de 2023 trouxe uma novidade impactante: o aumento de 68% na premiação, elevando o valor total para US$ 3,35 milhões. O campeão Corinthians levou para casa US$ 1,7 milhão, enquanto o Palmeiras, vice-campeão, ficou com US$ 600 mil. Um claro sinal do crescimento e da valorização da modalidade. A campanha do Corinthians foi um espetáculo de consistência e solidez defensiva.

Em seis jogos, as alvinegras mantiveram cinco clean sheets (jogos sem sofrer gols) e só foram vazadas uma vez, na semifinal contra o Internacional. Do outro lado, o Palmeiras também brilhou, com uma média de 60,9% de posse de bola durante a competição, mas faltou o toque decisivo na final.

Corinthians x Palmeiras: a grande final

A decisão entre Corinthians e Palmeiras, dois gigantes do futebol brasileiro, foi marcada por estratégia e emoção do início ao fim. O Timão, tricampeão em 2017, 2019 e 2021, entrou em campo com a experiência de quem já conhece os atalhos da vitória. Do outro lado, o Palmeiras, em busca do título inédito, apostou em um jogo de posse de bola, mas foi contido pela eficiência corinthiana.

O gol da vitória veio dos pés de Millene, em uma finalização precisa e cirúrgica. Além do gol decisivo, a atacante foi incansável: quatro finalizações, nove passes no terço final do campo, sete duelos vencidos e seis desarmes. Uma atuação de manual para quem quer ser decisiva em finais. Lá atrás, a muralha corinthiana também teve nome: Lelê. A goleira brilhou com quatro defesas espetaculares e um impressionante aproveitamento de 93,7%, garantindo a segurança do placar.

Enquanto isso, o Palmeiras demonstrou qualidade com 62,4% de posse de bola, mas esbarrou na solidez defensiva do Timão. Outro destaque da final foi Gabi Zanotti, que, aos 38 anos e 236 dias, se tornou a jogadora mais velha a disputar duas decisões da Libertadores Feminina. Uma lenda em campo, liderando com classe e experiência.

“A glória é delas”: mais do que um slogan

“A glória é delas” não foi apenas um slogan, mas um símbolo de empoderamento e reconhecimento ao talento das jogadoras sul-americanas. A campanha da CONMEBOL ecoou como um grito de igualdade e valorização, inspirando milhões de meninas e mulheres a acreditarem no sonho de jogar futebol.

A visibilidade do torneio foi impulsionada por transmissões em plataformas como Pluto TV, SporTV, Meu Timão e Nosso Palestra, ampliando o alcance do futebol feminino. Iniciativas como o comercial “Façamos História” e o documentário sobre o tricampeonato do Corinthians reforçaram a narrativa de superação e conquista.

Na artilharia, Priscila, do Internacional, foi o grande nome, com oito gols marcados. No entanto, o brilho coletivo do Corinthians prevaleceu, mostrando que a força do grupo sempre fala mais alto em competições deste calibre.

Um legado que ecoa no tempo

Com a conquista de 2023, o Corinthians não apenas superou o São José-SP, que tinha três títulos, mas também se isolou como o maior campeão da história da Libertadores Feminina, agora com quatro troféus.

Mais do que um título, a vitória do Timão representa o fortalecimento do futebol feminino no Brasil e em toda a América do Sul. O lema “A glória é delas” não é apenas um slogan, é um marco de transformação. Uma frase que reflete o poder, a garra e a determinação das mulheres nos gramados.

A história está sendo escrita, e o Corinthians, com seu quarto título, é parte essencial dessa narrativa. Um legado que inspira, emociona e promete ainda mais glórias para elas.