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Pedro Caixinha é Demitido do Santos: A Reviravolta no Peixe e os Bastidores da Crise

Em meio a um início conturbado no Brasileirão, o Santos FC anunciou a demissão de Pedro Caixinha após a derrota por 1-0 frente ao Fluminense, no Maracanã. A saída do treinador português surpreendeu e gerou grande repercussão no noticiário desportivo. Agora, o clube analisa os próximos passos, num contexto em que até o nome de Neymar surge como potencial influência nas decisões que se seguem.
A Crise Era Anunciada?
A demissão de Pedro Caixinha não foi uma surpresa para o torcedor santista que desde o campeonato paulista não vê o time ter boas atuações. No campeonato brasileiro desde a primeira rodada, quando o Santos foi derrotado pelo Vasco, o clima já era de pressão. A fala do presidente Marcelo Teixeira após essa partida deixou isso evidente. Ao considerar “um absurdo” perder para o time carioca, Teixeira deixou implícito que, para ele, o elenco era bom — e o problema estaria na comissão técnica.
A sequência de resultados só agravou o cenário. Um empate com o Bahia e, em seguida, a derrota para o Fluminense culminaram na decisão da diretoria de dispensar o treinador.
Com a saída de Caixinha, César Sampaio assume o comando técnico de forma interina. Ex-jogador da Seleção Brasileira e auxiliar de Tite na época da Seleção, Sampaio já fazia parte da comissão técnica do Santos desde o início da temporada e será responsável por comandar a equipe até a chegada de um novo nome.
Os Nomes Cotados: Tite, Dorival, Sampaoli e Carpini
Logo após a demissão de Caixinha, começaram as especulações sobre possíveis substitutos. Dois nomes ganharam força: Tite e Dorival Júnior, ambos com passagens marcantes pela Seleção Brasileira e históricos vitoriosos no futebol nacional. Tite, inclusive, tem uma relação próxima com Neymar, o que pode pesar na decisão.
Outros nomes também surgiram nos bastidores. Thiago Carpini, atualmente no Vitória, agrada a diretoria e pode ser uma aposta interessante, ainda que esteja empregado e a negociação não seja simples. Já Jorge Sampaoli, que está sem clube e mora no Brasil, também entrou no radar. O argentino teve uma boa passagem pelo Santos e é bem-visto por parte da torcida, tudo indica que Sampaoli seja a opção mais viável no momento.
Contudo, segundo informações divulgadas por Lucas Musetti, do UOL, os três primeiros nomes procurados — Tite, Dorival e Luís Castro — recusaram o convite. Isso deixa o caminho aberto para que a diretoria insista em alternativas ou busque nomes fora do radar inicial.
O Papel de Neymar na Escolha
O retorno de Neymar ao clube, ainda que sem estar em plena forma física, altera significativamente o panorama. A presença do astro reacende o interesse no Santos, tornando-o novamente um clube atrativo no mercado, o que pode facilitar a chegada de um treinador de prestígio. Além de contribuir com a qualidade técnica da equipe, Neymar pode também exercer influência direta sobre as decisões da diretoria, especialmente na escolha do novo técnico.
Com Tite sendo conhecido por sua proximidade com Neymar — como comentam de forma bem-humorada nos bastidores do futebol — cresce a expectativa pela contratação de um nome que tenha bom relacionamento com o camisa 10. A busca por um treinador que consiga se conectar bem com o elenco, trazendo equilíbrio ao ambiente interno, parece ser o caminho mais coerente atualmente. Essa é uma missão que, por exemplo, seria mais complicada para Sampaoli.
O Elenco: Desequilíbrio e Desafios
Apesar de contar com nomes de peso no setor ofensivo, como Neymar, Tiquinho Soares, Soteldo e o promissor Rwan Cruz, o Santos ainda sofre com um elenco desequilibrado. A defesa, por exemplo, tem sido um dos principais pontos fracos da equipe. Contra o Fluminense, a linha defensiva contou com Léo Godói, Gil, Zé Ivaldo e Escobar — jogadores que, apesar de experientes, não formam um sistema sólido e confiável.
O meio-campo também carece de maior consistência, o que compromete o desempenho coletivo e sobrecarrega o ataque. A soma desses fatores contribuiu para a queda de Caixinha, que mesmo com boas intenções, não conseguiu fazer o time render de forma convincente.
Promessas Não Cumpridas e a SAF que Não Veio
Outro ponto que ajudou a acelerar a queda de Caixinha foi a frustração com promessas não cumpridas pela diretoria. O treinador deixou o Bragantino acreditando na formação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e na contratação de reforços de peso. No entanto, o projeto SAF não saiu do papel, e os nomes esperados não chegaram.
Caixinha, segundo fontes da imprensa, já temia que a ausência desses reforços, somada à pressão por resultados imediatos, resultasse em uma demissão precoce — o que de fato ocorreu.
Multas e Custos Envolvidos
A saída de Pedro Caixinha também tem um impacto financeiro. O contrato previa uma multa rescisória de R$ 1 milhão por mês até o término do vínculo, valor considerável para os cofres do clube. Situação parecida ocorre com outros técnicos especulados, como Gustavo Quinteros, atualmente no Grêmio, cuja multa é de R$ 7 milhões.
Esses valores fazem parte da equação que o Santos precisa resolver com cautela. Em um momento de instabilidade técnica e administrativa, qualquer erro pode custar caro — literalmente.
O Clima na Vila: Pressão, Cobrança e Expectativa
O momento é de tensão no litoral paulista. A torcida, que sempre teve papel ativo na política do clube, começa a demonstrar impaciência. Apesar do retorno de Neymar ter gerado entusiasmo, os resultados em campo não acompanharam a expectativa criada. A pressão por um técnico que traga resultados imediatos é enorme, e a diretoria sabe que precisa agir com rapidez e precisão.
Ao mesmo tempo, a falta de nomes disponíveis e dispostos a assumir o clube pode colocar o Santos em uma encruzilhada. Com poucos jogos disputados, ainda há margem para recuperação, mas a escolha do novo técnico será determinante para o rumo da temporada.
Um Recomeço Necessário para o Santos
A demissão de Pedro Caixinha simboliza mais do que a troca de um treinador: ela representa o início de um novo ciclo no Santos, que pode ser decisivo para o futuro do clube em 2025. Com Neymar de volta, pressão da torcida, elenco em formação e expectativas altas, o próximo técnico terá uma missão das mais difíceis no futebol brasileiro.
A bola agora está com a diretoria, que precisa escolher entre nomes experientes, como Tite e Dorival, ou arriscar em opções emergentes, como Thiago Carpini. Seja qual for a decisão, ela precisa vir acompanhada de um projeto consistente e da união entre diretoria, elenco e torcida.
Porque, se há algo que a história do Santos ensina, é que um time com talento e identidade pode renascer das cinzas — desde que a direção seja certeira.