Morte de Izquierdo no Morumbi: Tragédia 20 Anos Após o Caso Serginho

O futebol, mais do que um simples esporte, é uma paixão que conecta milhões de pessoas. No entanto, essa mesma paixão é, por vezes, manchada por tragédias que nos lembram da fragilidade da vida. Em um triste evento recente, a morte de Izquierdo, jogador do Nacional do Uruguai, trouxe à tona memórias dolorosas do falecimento de Serginho, zagueiro do São Caetano, 20 anos antes. Ambos os episódios ocorreram no lendário Morumbi, em partidas contra o São Paulo, deixando marca na história do futebol.
A tragédia que marcou o futebol uruguaio com a morte de Izquierdo, zagueiro do Nacional-URU, trouxe à tona lembranças dolorosas de um episódio semelhante ocorrido 20 anos atrás, também no estádio Morumbi e contra o São Paulo. Assim como no caso de Serginho, ex-jogador do São Caetano, Izquierdo sofreu uma parada cardíaca em campo, um evento que chocou o mundo do futebol.
O que aconteceu com Izquierdo
Na última quinta-feira, dia 22 de agosto, durante uma partida da Libertadores contra o São Paulo, Izquierdo sofreu uma arritmia cardíaca que evoluiu para uma parada cardíaca. O jogador caiu sozinho no gramado do Morumbi, necessitando de atendimento médico imediato. Médicos dos dois times atuaram rapidamente para reanimá-lo, utilizando um desfibrilador e realizando manobras de ressuscitação. Ele foi transportado de ambulância para o Hospital Israelita Albert Einstein, onde chegou em estado crítico.
Mesmo com todos os esforços, o quadro de Izquierdo piorou no último domingo, quando houve uma progressão no comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana. Ele foi mantido sob cuidados intensivos, respirando por ventilação mecânica, mas infelizmente não resistiu, e sua morte foi anunciada na terça-feira, dia 27.
Histórico Médico de Izquierdo
O caso de Izquierdo trouxe à tona informações sobre uma pequena arritmia detectada em 2014, quando ele jogava pelo Atlético Cerro. O secretário nacional de Esporte do Uruguai, Sebastián Bauzá, revelou que o jogador foi informado dessa condição ainda aos 17 anos, após um eletrocardiograma realizado pelo programa “Gol para o Futuro”, que monitora a saúde de jovens atletas no Uruguai. Entretanto, Alejandro Balbi, presidente do Nacional, afirmou que os exames posteriores de Izquierdo sempre apresentaram resultados normais e que o jogador não possuía histórico de problemas cardíacos.
O Caso Serginho
A morte de Izquierdo relembra o trágico falecimento de Serginho, zagueiro do São Caetano, que em 2004 também sofreu uma parada cardiorrespiratória em pleno Morumbi, durante uma partida contra o São Paulo. Serginho havia sido diagnosticado com uma leve arritmia cardíaca meses antes, em um exame no Incor (Instituto do Coração). Contudo, o médico responsável na época, Paulo Donizetti Forte, julgou que a condição do jogador não o impedia de atuar.
Após sua morte, descobriu-se que um prontuário médico assinado pelo Dr. Edimar Alcides Bocchi apontava um risco de morte súbita, mencionando que Serginho possuía um problema grave no coração. Esse prontuário gerou controvérsia e levou à denúncia do presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, e do médico Paulo Forte por homicídio culposo. A tragédia resultou em uma severa punição ao São Caetano, que perdeu 24 pontos no Brasileirão de 2004, caindo para a 18ª posição na tabela. Além disso, Nairo e Paulo foram afastados de suas funções, embora as penas tenham sido reduzidas posteriormente.
Reflexão sobre tragédias no futebol
A semelhança entre os dois casos, ambos ocorridos no mesmo estádio e contra o mesmo adversário, o São Paulo, levanta questões sobre a saúde e a segurança dos jogadores em campo. Embora o futebol seja um esporte de contato e riscos, tragédias como essas ressaltam a importância de exames médicos rigorosos e do monitoramento contínuo da saúde dos atletas. A morte de Izquierdo, assim como a de Serginho, não será esquecida e serve como um doloroso lembrete da fragilidade da vida, mesmo para aqueles que aparentam estar em plena forma física.