A parceria entre Palmeiras e Crefisa foi uma das mais impactantes do futebol brasileiro, rendendo títulos, investimentos milionários e grande visibilidade ao clube. No entanto, a relação entre a patrocinadora e a torcida nem sempre foi harmoniosa. Um dos momentos mais polêmicos ocorreu quando lojas da Crefisa foram pichadas por torcedores insatisfeitos, gerando ampla repercussão nacional e reacendendo o debate sobre a influência da empresa no Verdão. 

A Parceria Entre Palmeiras e Crefisa

A Crefisa iniciou sua parceria com o Palmeiras em 2015, tornando-se uma das patrocinadoras mais importantes da história do clube. Sob o investimento da empresa, o Palmeiras conquistou títulos de peso, incluindo os Campeonatos Brasileiros de 2016, 2018, 2022 e 2023, além das Copas Libertadores de 2020 e 2021. 

Durante esse período, além da Crefisa, a FAM (Faculdade das Américas), também de propriedade de Leila Pereira, patrocinou o Palmeiras, reforçando o suporte financeiro ao clube. No entanto, essa parceria chegou ao fim em 2025, assim como o contrato da Crefisa, encerrado em 2024. No lugar da empresa, o novo patrocinador master do Palmeiras passou a ser a Sportingbet.

O Estopim da Polêmica das Lojas Pichadas

Apesar dos investimentos e dos títulos conquistados, a relação entre parte da torcida palmeirense e a Crefisa se deteriorou nos últimos anos. Em meio a questionamentos sobre a gestão da presidente Leila Pereira, torcedores expressaram sua insatisfação de forma radical: várias lojas da Crefisa foram pichadas com frases de protesto. 

As pichações ocorreram em diversas unidades da empresa em São Paulo, com mensagens como “Fora Leila” e “Crefisa não é o Palmeiras“. O episódio ganhou grande repercussão na mídia e nas redes sociais, dividindo opiniões entre torcedores e especialistas do futebol. 

Os Motivos do Protesto

Os torcedores que participaram do ato justificaram sua insatisfação com algumas decisões da gestão de Leila Pereira, como: 

  • Falta de transparência nas finanças do clube; 

  • Pouca abertura para críticas da torcida; 

  • Conflitos de interesse entre a presidência do Palmeiras e a Crefisa; 

  • Estratégias de reforços e investimentos questionáveis; 

  • Aumento excessivo nos preços dos ingressos. 

Por outro lado, defensores da gestão argumentam que o Palmeiras, sob o comando de Leila e com o apoio da Crefisa, conseguiu se estruturar financeiramente e se tornar um dos clubes mais vencedores do futebol brasileiro na última década. 

A Reação de Leila Pereira

Diante da escalada dos protestos, Leila Pereira se manifestou oficialmente repudiando os atos de vandalismo. Em entrevista ao Globo Esporte, a presidente do Palmeiras declarou: 

É muito triste que uma empresa que tanto tem contribuído com o êxito do Palmeiras ao longo dos últimos 9 anos seja alvo de ataques. Os vândalos que picharam a sede social do clube e as lojas da Crefisa não estão atingindo apenas a presidente do Palmeiras, mas sim o mercado do futebol brasileiro, que necessita de investimento para crescer.

Leila também questionou o impacto que esse tipo de atitude pode ter na imagem do clube: 

Qual empresa vai querer patrocinar um clube sabendo que vândalos, que se declaram torcedores, causam danos ao patrimônio da instituição e trabalham contra o próprio patrocinador do time?

Além da declaração pública, a Crefisa registrou um boletim de ocorrência contra os responsáveis pelos atos e estuda acionar judicialmente a principal torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Alviverde, para exigir reparação dos danos causados às lojas vandalizadas. 

Ruptura Entre Leila e a Mancha Alviverde

A relação entre a presidente e a torcida organizada vem se deteriorando a cada ano que passa. Antes, a Crefisa patrocinava até mesmo o carnaval da Mancha, além de ajudar a custear viagens para jogos. No entanto, após o rompimento entre as partes, o cenário mudou drasticamente. Entre as críticas da torcida com a atual gestão do Palmeiras estão o preço dos ingressos e a falta de reforços para o time. 

A crise chegou a um ponto tão crítico que a Justiça concedeu a Leila uma medida protetiva contra membros da Mancha Alviverde. Decisão do juiz Fabrício Reali determinou que Jorge Luiz Sampaio Santos (presidente da organizada) e outros dirigentes não podem ter contato pessoal ou virtual com Leila Pereira. Além disso, a Justiça solicitou informações sobre 19 perfis de redes sociais suspeitos de ameaçar a presidente do Palmeiras. 

O Fim da Parceria e o Futuro do Palmeiras

Com o encerramento do patrocínio da Crefisa e da FAM em 2025, o Palmeiras inicia um novo ciclo com a Sportingbet como principal patrocinadora. A expectativa é que o clube continue sua trajetória vitoriosa, agora sem o aporte financeiro de Leila Pereira e suas empresas. 

Enquanto alguns torcedores comemoram o fim da parceria, outros se preocupam com o impacto que a saída da Crefisa pode causar nas finanças do clube. De qualquer forma, a relação entre Palmeiras e Crefisa ficará marcada na história do futebol brasileiro, tanto pelos títulos quanto pelas polêmicas que cercaram a parceria. 

O Que Esperar do Futuro do Palmeiras?

A principal questão que fica é: Leila Pereira conseguirá reconquistar a confiança dos torcedores ou sua relação com a torcida seguirá cada vez mais desgastada? 

A crise entre Leila Pereira e a torcida do Palmeiras expôs a fragilidade da relação entre um clube e seu patrocinador quando há conflitos administrativos. O episódio das lojas da Crefisa pichadas é um capítulo tenso na história da parceria entre a empresa e o Palmeiras, servindo como alerta para os perigos da intolerância e da violência no futebol brasileiro.