O mercado de transferências no Brasil nunca foi tão movimentado. Com a entrada de clubes-empresas (SAFs), investidores e a necessidade de se posicionar bem em competições internacionais, os clubes brasileiros passaram a gastar cifras cada vez mais elevadas para adquirir talentos.

Neste artigo explicamos quais são as contratações mais caras do futebol brasileiro, como elas se comparam em termos históricos, quais clubes dominam o ranking e quais foram as maiores vendas.

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Contexto da história de transferências milionárias no futebol brasileiro

Tradicionalmente, as grandes negociações no futebol brasileiro ocorriam com a venda de jogadores ao exterior. Somente a partir de meados da década de 2010 os clubes passaram a investir pesado para repatriar ou contratar atletas de alto nível. Essa mudança coincidiu com a entrada de receitas de TV, premiações, programas de sócio-torcedor e, recentemente, com as SAFs.

A primeira transação a chocar o mercado brasileiro ocorreu em 2005, quando o Corinthians (à época apoiado pela MSI) pagou R$ 60,5 milhões por Carlos Tévez. Corrigido pela inflação, o valor chega a R$ 171 milhões e seria, em termos reais, a maior contratação da história.

Esse número foi superado nominalmente apenas em 2025, quando o Palmeiras tirou Vitor Roque do Barcelona por R$ 154,6 milhões, estabelecendo o novo recorde.

Ao longo dos anos, clubes como Botafogo, Flamengo e Palmeiras passaram a liderar o ranking. As cifras impressionam: valores em euros ou dólares convertidos para reais acima de R$ 100 milhões se tornaram frequentes. Mas será que as contratações mais recentes são realmente as mais caras de todos os tempos?

A resposta depende da forma como calculamos (valor nominal ou ajustado pela inflação). Para fins de comparabilidade e SEO, utilizaremos os valores anunciados na época da transação e apresentaremos a lista Top 10 contratações mais caras do futebol brasileiro.

Top 10 contratações mais caras do futebol brasileiro

Nos últimos anos, transferências de peso elevaram o patamar do futebol nacional. O quadro abaixo resume os dez maiores negócios de entrada (compras) de jogadores por clubes brasileiros em valores nominais. Os dados consideram o valor total pago (fixo + bônus) e a moeda convertida em reais na data da transação.

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Jogador (origem)

Clube comprador

Ano/valor

1

Vitor Roque (Barcelona → Palmeiras)

Palmeiras

2025 – R$ 154,6 milhões

2

Samuel Lino (Atlético de Madrid → Flamengo)

Flamengo

2025 – R$ 143 milhões

3

Danilo (Nottingham Forest → Botafogo)

Botafogo

2025 – R$ 142,7 milhões

4

Thiago Almada (Atlanta United → Botafogo)

Botafogo

2024 – R$ 137,4 milhões

5

Paulinho (Atlético-MG → Palmeiras)

Palmeiras

2024 – R$ 115 milhões

6

Carlos Alcaraz (Southampton → Flamengo)

Flamengo

2024 – R$ 110,6 milhões

7

Luiz Henrique (Betis → Botafogo)

Botafogo

2024 – R$ 106,6 milhões

8

Gerson (Marseille → Flamengo)

Flamengo

2023 – R$ 92 milhões

9

Gabriel Barbosa – “Gabigol” (Internazionale → Flamengo)

Flamengo

2020 – cerca de R$ 75 milhões (valor aproximado, soma de empréstimo + direitos econômicos)

10

Alexandre Pato (Milan → Corinthians)

Corinthians

2013 – R$ 40 milhões aproximadamente (ausência de dados oficiais)

Observações sobre o ranking

  • Vitor Roque: o atacante foi adquirido do Barcelona em 2025 por cerca de €25 milhões convertidos em R$ 154,6 milhões, tornando-se o jogador mais caro da história do futebol brasileiro. O Palmeiras investiu para suprir a saída de Endrick (vendido ao Real Madrid) e creditar reforço para a Copa Libertadores.

  • Samuel Lino: o Flamengo pagou 22 milhões de euros em três parcelas (8 + 7 + 7 milhões), num total de cerca de R$ 143 milhões. Ele assinou até 2029 e disse que era uma honra ser o reforço mais caro da história rubro-negra.

  • Danilo: volante ex-Palmeiras, negociado com o Nottingham Forest, retornou ao Brasil pela SAF Botafogo. O clube investiu 22 milhões de euros, equivalentes a R$ 142,7 milhões, tornando-o a maior contratação alvinegra.

  • Thiago Almada: campeão da Copa do Mundo com a Argentina, custou US$ 25 milhões (22 milhões fixos + 3 milhões em bônus), totalizando R$ 137,4 milhões. Essa transferência inaugurou a era das SAFs no Botafogo e marcou o início da escalada de cifras.

  • Paulinho: o Palmeiras pagou cerca de 18 milhões de euros (R$ 115 milhões), valor recorde para transferências entre clubes brasileiros.

  • Carlos Alcaraz: meia argentino, ex-Southampton, chegou ao Flamengo por 20 milhões de dólares (aproximadamente R$ 110,6 milhões).

  • Luiz Henrique: atacante revelado pelo Fluminense, foi comprado do Betis por R$ 106,6 milhões, com o Botafogo exercendo seu poder financeiro.

  • Gerson: repatriado pelo Flamengo em 2023 por R$ 92 milhões, consolidando o clube como protagonista no mercado.

  • Jogadores veteranos: as contratações de Gabigol (2020) e Alexandre Pato (2013) foram consideradas caras à época, apesar de não chegarem aos níveis atuais. Elas ilustram a escalada de valores ao longo da década.

Ajuste pela inflação: Tevez ainda é o maior?

Conforme apontado anteriormente, Carlos Tévez custou R$ 60,5 milhões em 2005. Se considerarmos a inflação, esse valor alcançaria R$ 171 milhões, superando Vitor Roque.

Portanto, é correto afirmar que, em termos reais, o Camisa 10 argentino permanece como o jogador mais caro da história do futebol brasileiro. A diferença entre valor nominal e valor real é importante para entender a evolução das transferências.

Tendências e fatores que explicam os gastos

Por que os clubes estão gastando mais? Alguns fatores explicam essa febre de transferências:

  1. SAFs e investidores – Clubes como Botafogo (John Textor), Cruzeiro (Ronaldo Fenômeno) e Vasco (777 Partners) se transformaram em empresas, atraindo capital estrangeiro. O Botafogo, por exemplo, investiu pesado em Danilo, Thiago Almada e Luiz Henrique, ultrapassando R$ 300 milhões em reforços somente em 2024.

  2. Resgate de talentos – Com o fortalecimento das finanças, clubes passaram a competir com mercados europeus e asiáticos, repatriando jogadores como Gerson e Gabigol. Isso melhora o nível técnico do Brasileirão e impulsiona receitas de bilheteria e TV.

  3. Variação cambial – A oscilação do euro e do dólar frente ao real influencia diretamente os valores. Um exemplo é a compra de Thiago Almada, em dólares; dependendo da cotação, a transação pode parecer mais ou menos cara.

  4. Necessidade esportiva – Em anos de Libertadores e Mundiais de Clubes, os clubes investem para competir em alto nível. Exemplo recente foi o Flamengo, que contratou Samuel Lino e Carlos Alcaraz visando conquistar troféus continentais.

Vendas mais caras do futebol brasileiro

Não são apenas as compras que chamam atenção. O Brasil é celeiro de craques e frequentemente negocia suas joias com clubes estrangeiros. A tabela abaixo lista as maiores vendas de atletas brasileiros para o exterior, em euros, de acordo com dados históricos. Note que essas transferências ocorrem de clubes brasileiros para clubes estrangeiros, e os valores são em euros.

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Jogador (origem → destino)

Valor (€)

Ano

1

Neymar (Santos → Barcelona)

€88,4 M

2013

2

Estêvão (Palmeiras → Chelsea)

€61,5 M

2024

3

Endrick (Palmeiras → Real Madrid)

€47,5 M

2022

4

Vinícius Júnior (Flamengo → Real Madrid)

€45 M

2017

5

Rodrygo (Santos → Real Madrid)

€45 M

2018

6

Lucas Moura (São Paulo → PSG)

€40 M

2012

7

Lucas Paquetá (Flamengo → Milan)

€38,4 M

2018

8

Vitor Reis (Palmeiras → Manchester City)

€37 M

2025

9

Luiz Henrique (Botafogo → Zenit)

€33 M

2025

10

Oscar (Internacional → Chelsea)

€32 M

2012

Recordes regionais e curiosidades

A seguir algumas curiosidades sobre as contratações mais caras do futebol brasileiro e também sobre tudo que envolve a parte financeira dos clubes:

  • Botafogo protagoniza cinco das dez maiores contratações nominais de todos os tempos, mostrando o poder financeiro da SAF. O clube investe em jovens com potencial para revenda, como Thiago Almada e Luiz Henrique.

  • Flamengo aparece três vezes no top 10. O Rubro-Negro consolidou-se como uma das marcas mais valiosas da América, aproveitando sua torcida e receitas de transmissão para competir com europeus.

  • Palmeiras entra no ranking com duas contratações (Vitor Roque e Paulinho) e lidera nas vendas, tendo negociado Estêvão e Endrick por valores recordes.

  • A influência de moedas diferentes: algumas transferências foram pagas em dólares (como Thiago Almada) e outras em euros. Isso faz com que os valores em reais oscilem. Por isso, as comparações precisam sempre deixar claro o câmbio da época. No caso de Almada, o valor em dólares (US$ 25 M) resultou em cerca de R$ 137,4 M.

  • Venda recorde de um defensor: com Vitor Reis, o Palmeiras estabeleceu o maior valor pago por um zagueiro brasileiro. A marca supera inclusive as vendas de zagueiros como Marquinhos (do Corinthians ao Roma por €3,5 M em 2012).

FAQs – Perguntas frequentes sobre transferências no futebol brasileiro

Quem é o jogador mais caro da história do futebol brasileiro?

Se considerarmos o valor nominal, Vitor Roque, contratado pelo Palmeiras em 2025 por R$ 154,6 milhões, é o jogador mais caro da história. Contudo, ajustando a cifra pela inflação, Carlos Tévez (Corinthians, 2005) teria um valor aproximado de R$ 171 milhões, tornando-o o mais caro em termos reais.

Quais clubes mais gastam em contratações no Brasil?

Botafogo, Flamengo e Palmeiras lideram o ranking. As três equipes aparecem com a maioria das transferências na lista dos top 10. A estratégia de cada clube varia: o Palmeiras aposta na venda de jovens para financiar compras; o Flamengo investe na reposição de peças para manter-se competitivo; e o Botafogo, com a estrutura de SAF, busca jovens com potencial de revenda.

As vendas mais caras do futebol brasileiro são recentes?

Grande parte das maiores vendas ocorreu na última década. Neymar se transferiu para o Barcelona em 2013 por €88,4 M, um marco que permaneceu insuperável por mais de uma década. A partir de 2022, com as vendas de Endrick, Estêvão e Vitor Reis, os valores voltaram a subir. Isso se deve ao fortalecimento das categorias de base e à procura europeia por talentos brasileiros.